As pessoas usam criptomoedas para investir, apostar e ganhar lucros. A teoria do Maior Tolo aumenta o valor de mercado de muitas criptomoedas, mas não se prova verdadeira para todas elas.
Muitos detentores de bitcoin utilizam essa moeda para entrar no melhor cassino de criptomoedas da internet, aumentando, assim, a sua demanda por BTC e indiretamente o seu valor de mercado.
Atualmente existem muitas criptomoedas no mercado; algumas oferecem produtos além do de seu valor, como o desenvolvimento de aplicativos e transações internacionais mais rápidas, enquanto outras não possuem produtos próprios e o seu único propósito é o comercial. Vamos olhar para o valor que as criptomoedas possuem e entender se a Teoria do Maior Tolo se sustenta para todas elas.
O que é a Teoria do Maior Tolo?
A Teoria do Maior Tolo dita que um investidor pode comprar um ativo supervalorizado e revendê-lo com facilidade e obter lucro, pois sempre haverá um tolo maior que acabará comprando aquela ação. Essa lógica conta com a crença de que um investidor novato não costuma fazer pesquisa o suficiente quando vai comprar ativos, optando em vez disso por comprar somente apostas seguras ou criptomoedas que estão em alta.
Além disso, eles não consideram o valor intrínseco ou utilidade do que estão comprando (utilidade, nesse caso, se refere a como esse ativo pode ser utilizado como produto ou serviço). Para muitos, o bitcoin é um bom exemplo disso: esse ativo é um dos principais pontos de entrada no cripto para os investidores, e muitos deles compram esse ativo pelo preço e não pensando em valor intrínseco. Além disso, o bitcoin tem utilidade extremamente limitada quando comparado com outros ativos.
O que é Valor Intrínseco
Os analistas financeiros usam métodos diferentes para determinar o valor intrínseco de um ativo, que se trata do valor objetivo de um ativo, uma medida diferente do seu preço de mercado ou de quaisquer outros fatores externos. Eles utilizam modelos de desconto de dividendos, de renda residual e de fluxo de caixa descontado para compará-lo ao valor de mercado do ativo. A diferença entre os dois indica se um ativo está subvalorizado ou supervalorizado.
Bitcoin tem um bom Valor?
Os defensores da Greater Fool Theory afirmam que o valor do Bitcoin é supervalorizado pelo mercado, o que implica que esse recurso não possui valor intrínseco e a única razão pela qual os investidores compram a criptomoeda é para tentar lucrar rapidamente com a venda no mercado a um preço mais alto.
Isso pode ser verdade, até certo ponto. Investidores e traders que o veem apenas como uma ferramenta rápida para ganhar dinheiro satisfazem os princípios da Teoria do Tolo Maior, pois a sua estratégia de investimento depende do aumento da demanda por BTC. Portanto, eles não levam em consideração outros fatores importantes, que incluem a demanda futura e o valor atual, a natureza do valor intrínseco e o objetivo de vender a criptomoeda a um preço mais alto.
Demanda futura e valor presente
Bitcoin ainda é um ativo jovem, o que significa que a sua utilidade precisa ser percebida por uma grande parcela do mundo. Muitos países começaram a usar blockchain em suas instituições, mas ainda está longe de se tornar um padrão global. É por isso que o bitcoin tem potencial de estar em demanda no futuro, e o seu valor tende a aumentar.
Por exemplo, o bitcoin tem uma oferta finita, o que significa que à medida que a demanda aumentar no futuro, a oferta permanecerá a mesma e o valor de mercado da criptomoeda aumentará como resultado. Além disso, os detentores da moeda podem armazenar os seus ativos em uma carteira para sempre. Por ser digital não se degrada com o tempo e não ocupa espaço físico.
Os primeiros adeptos do BTC acreditam que a criptomoeda eliminará a necessidade de longas verificações e taxas de transação, já que as transações são verificadas no blockchain, eliminando a necessidade de verificações feitas por terceiros. Isso revolucionaria todos os aspectos das finanças.
Assim, pelo ponto de vista da utilidade, à medida que mais instituições adotarem o registro descentralizado do Bitcoin, os investidores irão comprar um ativo de oferta limitada que será valioso e indispensável no futuro. Eles vêem como isso irá moldar grande parte do mundo financeiro nos próximos anos.
O problema de vender para um maior tolo
A Teoria do Tolo Maior dita que a principal motivação de um investidor para comprar um ativo é vendê-lo a um preço mais alto, sem considerar o valor intrínseco do ativo. O maior problema desse princípio é que qualquer investidor espera que os seus ativos se valorizem, independentemente de estarem investindo em petróleo, ouro ou outras commodities. Ou seja, há sempre uma expectativa de que eles obtenham lucros com o seu investimento.
Nenhum investidor compra ações ou criptomoedas para ter prejuízos. Não importa se eles mantêm os seus ativos ou se os vendem imediatamente. O investimento é pró-lucro, então o primeiro princípio desta teoria se aplica a todos os investimentos.
A Natureza do Valor Intrínseco
Os analistas financeiros determinam o valor intrínseco de um ativo usando vários métodos, como demonstrações financeiras, informações de mercado e planos de negócios, utilizando métricas estabelecidas para determinar valores, sem poder visualizar o ativo objetivamente. Como o valor intrínseco é determinado por meio de um processo executado por indivíduos, ele não pode ser considerado “intrínseco” por si próprio.
Por exemplo, um terreno que vale 20 milhões de dólares em 2020 por estar localizado em uma cidade grande com alto potencial de crescimento, no ano de 1846 valeria muito menos, pois o seu valor percebido pelos compradores era menor. Isso não é o mesmo que o valor de mercado da propriedade porque o único fator é a utilidade e a localização atual da propriedade, ou seja: o valor intrínseco de um ativo é determinado por fatores subjetivos e mutáveis e não pode ser definido usando a objetividade. Há sempre outros fatores em jogo ao determinar o valor de um ativo. Portanto, esta teoria não pode se referir ao valor intrínseco como um de seus princípios, por causa da subjetividade desse conceito.
Ofertas iniciais de moedas e trocas centralizadas
As exchanges de criptomoedas lançam os seus próprios tokens para negociação, mantêm os ativos dos usuários e cobram para comprar ou vender dentro das plataformas. Essas trocas são centralizadas porque determinam o fornecimento de moedas em circulação, o que significa que eles podem adicionar ou queimar moedas conforme necessário. Como essas trocas controlam a oferta da moeda, elas também acabam controlando o seu valor de mercado.
Além disso, muitas exchanges centralizadas apenas emitem moedas para fins de negociação, e não para outra utilidade; algumas também pré-minam as suas moedas, o que significa que há muito poucos nós na blockchain fora daqueles que administram a exchange.
Em última análise, a Teoria do Maior Tolo soa verdadeira aqui, pois as criptomoedas nessas exchanges só podem ser compradas e vendidas, e o seu valor está na especulação de vender a um preço mais alto no futuro.
Algumas empresas lançam ofertas iniciais de moedas (ICOs) para distribuir suas criptomoedas para o maior número possível de pessoas. Idealmente, isso inclui desenvolvedores, investidores e comerciantes que utilizam esse ativo para aumentar a sua utilidade e o seu valor de mercado. Entretanto, também existem empresas que lançam ICOs sem ter um produto real, ou seja, eles criam tokens que servem apenas para aumentar a riqueza da empresa, de forma muito semelhante a um esquema de pirâmide, no qual a empresa está no topo, os detentores de tokens no meio e os maiores tolos na parte inferior. A promessa de retornos mais altos nas compras de tokens ou moedas é o único fator que impulsiona a ICO nesse caso.
E as outras criptomoedas?
Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Bitcoin Cash e outras criptomoedas populares são descentralizadas e têm vários graus de utilidade. A mineração de Bitcoin é um processo demorado que exige que um minerador utilize hardwares caros e uma quantidade alta de eletricidade. Essa moeda possui uma oferta finita e pode ser usada para a compra de bens e serviços. Como a mineração é tão difícil, ela obriga os adotantes a investir na moeda a longo prazo.
Por outro lado, o blockchain da Ethereum emprega contratos inteligentes para desenvolvimento, possuindo, portanto, uma utilidade bastante alta. O Ether é uma moeda dentro desse servidor e pode ser usada para muitos propósitos.
Para concluir, ICOs e exchanges centralizadas, que não oferecem um produto atrelado ao que é oferecido, se enquadram na definição da Teoria do Maior Tolo.
Considerações finais
As moedas Bitcoin e Ethereum têm potencial para maior demanda futura do uso da tecnologia do blockchain. Além disso, o Bitcoin possui oferta limitada, o que tende a indicar que o seu valor de mercado só aumentará no futuro.
ICOs e exchanges centralizadas sem produtos ou serviços estão em conformidade com a Teoria do Maior Tolo, e o seu crescimento vem da esperança de que a criptomoeda possa ser vendida a um preço mais alto para um tolo maior posteriormente.
Em resumo, a Teoria do Maior Tolo se aplica a ICOs e exchanges que foram consolidadas sem nenhum outro propósito além do de lucrar com a negociação.